sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O grampo do feixe de molas arrebentou deslocando o eixo dianteiro de sua posição. Felizmente o diferencial dianteiro não transmitiu o impacto para o câmbio e não ocorreram danos maiores.

Com a ajuda de um agrônomo boliviano que parou para nos ajudar colocamos o eixo novamente no lugar usando um macaco Hi-Lift e o fixamos usando tiras de câmera de um dos pneus que haviam estourado na véspera. Obviamente as tiras de borracha em contato com o aço das molas da suspensão rompiam após rodarmos uns poucos quilômetros e era necessário parar de tempos em tempos para refazer o remendo novamente. Optei por melhorar o remendo envolvendo o eixo e o chassis com algumas voltas do cabo do guincho e acionando o mesmo para travar bem o eixo em sua posição sobre as molas.

Percorremos os 80 Km até San José em cerca de oito horas onde encontramos uma oficina para substituir o grampo. Porém como era uma sexta-feira tivemos que esperar até segunda para poder sacar dinheiro e pagar a oficina.
Felizmente o único ferido grave foi o orgulho da primeira mulher motociclista da Polícia Rodoviária Federal que nunca antes havia sofrido nenhum acidente com um veículo.

A cerca de 80 Km de San José o jipe rodou e Alice não conseguiu controlar a derrapagem. Resultado: Suspensão arrebentada no meio de um barranco em plena selva boliviana.
Pneus trocados seguimos em direção a San José de Chiquitos a 300 Km de Santa Cruz por uma estrada de ripia em boas condições que cruza diversas comunidades Menonitas.

Início do calvário: Faltando pouco mais de 600 Km do último trecho boliviano para ser percorrido - dos quais metade em asfalto de boa qualidade - tivemos 2 pneus estourados. Acampamos em uma fazenda de Menonitas que nos acolheram e voltamos numa lotação para Santa Cruz onde compramos outros 2 pneus usados para substituir provisoriamente os perdidos. Pensavamos em percorrer esse trecho em um dia e no final acabamos nos arrastando durante uma semana entre Santa Cruz e a fronteira brasileira.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009


Uma presença curiosa em toda a região de Santa Cruz são os Menonitas: Religiosos reformistas provenientes do Canadá, Alemanha e Estados Unidos que mantém os mesmo hábitos de vida do século XIX. Voltados exclusivamente para a agricultura e pecuária encontram terras baratas em países como a Bolívia e o Paraguai para estabelecerem suas comunidades onde não existem máquinas, veículos, eletricidade ou qualquer outro elemento que desvie o foco do trabalho realizado manualmente.
Existe uma tensão política muito grande na Bolívia por causa do movimento separatista do Departamento de Santa Cruz. Além das motivações econômicas também ocorrem oposições geográficas, culturais e etnicas entre o Altiplano e as terras baixas compostas por florestas e por uma paisagem semelhante ao nosso Pantanal onde se desenvolvem extensas monoculturas como a soja.

A política do presidente Evo Morales em relação a esta questão é mais de enfrentamento do que de reconciliação.

domingo, 16 de agosto de 2009

Descansando em uma fazenda típica do altiplano entre Sucre e Santa Cruz

Que graça tem poder comprar bananas de dinamite a preço de banana pelas ruas de Potosí se depois você não pode usa-las pra explodir o rio e pegar uns lambaris boiando de barriga pra cima?