sábado, 28 de fevereiro de 2009


Parafraseando nosso amigo Fabiano Moreno, “O caminho nunca leva a lugar algum, o caminho é o próprio lugar.”

Esta frase mostra a dimensão e a importância desta viagem que será muito mais do que percorrer cerca de seis mil quilômetros passando por cinco países entre desertos, montanhas nevadas, vulcões, florestas e pantanal.

Vai além de todo o preparo e equipamentos que levaremos e será acima de tudo um teste para nossa capacidade física, intelectual e emocional, elevando nossa sensibilidade de entender e aprender com as experiências vivenciadas. Será um teste para revermos tudo que aprendemos nos caminhos anteriores e verificar que partes desses aprendizados, nós esquecemos, que partes realmente dominamos e que habilidades ainda precisamos desenvolver.

Iremos nos deparar com situações, que poderão provocar fortes reações internas, emocionais ou psicológicas, verdadeiras armadilhas que devemos evitar para não sucumbir em comportamentos que podem diminuir nossa eficácia pessoal e equilíbrio.

Para aproveitar ao máximo a viagem, temos que em primeiro lugar preparar nossa bagagem interior, para que em cada lugar percorrido possamos penetrar com coragem no desconhecido, com um espírito aventureiro, dispostos a descobrir potenciais não mapeados ainda. Isso tudo poderemos acessar, nas línguas dos povos que encontraremos, na cultura, nos alimentos, animais, plantas e tudo mais com o qual iremos nos deparar.

Acima de tudo queremos trazer um maior conhecimento deste mundo natural chamado Mãe Terra, nossa maior professora, e principalmente como aplicar estes conhecimentos nas nossas próprias vidas.

Para que tudo possa valer à pena, os dias de sol escaldantes e noites de frio intensas, os quilômetros percorridos terão que ser vivenciados com muita atenção e sensibilidade, com paciência e amor e principalmente com reverência e respeito ao desconhecido, aceitando os desafios como experiências que irão iluminar novos caminhos que virão e que nos permitirão prosseguir em nossa viagem com muito mais confiança, segurança e conhecimento.

E ai meu companheiro desta viagem teremos muito que contar e mostrar... Beijo Alice...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009


Fuçando num baú digital de velhas fotos encontrei essa aí do jipe do João numa trilha de fim de semana em Mairiporã aqui pertinho de São Paulo. Clique sobre a foto para amplia-la e repare na frase adesivada na base do parabrisa.

Sobre o partir: Num dos livros do Amir Klink (não me lembro exatamente qual) ele comenta que o maior risco de qualquer viagem é não partir. E de fato o medo do imprevisível, do desconhecido tende a nos imobilizar e é muito fácil arranjar desculpas para adiar ou mesmo não acreditar na viabilidade de partir.

Partida perfeita não existe: Sempre falta alguma coisa para ser resolvida, conferida ou planejada. É preciso ter sensibilidade de perceber que já se está pronto "o suficiente" ao invés de esperar o momento de estar pronto "completamente".

E pensando bem a vida é assim em todos os aspectos. Quando estamos realmente prontos para dar um novo rumo em nossas vidas, deixar um emprego, ter um filho ou mudar de cidade? Mas existem momentos em que é preciso se lançar ou então aceitar que não viveremos tudo aquilo que somos capazes de viver.

domingo, 22 de fevereiro de 2009


O equipamento fotográfico: Muitos alunos me perguntam qual o equipamento ideal e a minha resposta é sempre a mesma: Não há uma formula mágica para definir o que é melhor. Depende dos objetivos, linha de trabalho, bolso e até mesmo do gosto pessoal de cada um. O que vou levar está relacionado abaixo para servir como uma referência, mas não é a única opção.

Câmeras:

- Nikon D700: Câmera principal.
- D200: Câmera reserva.
- Nikon F4: Analógica para trabalhos pessoais e de fine art.
- Leica C-Lux2: Fotos pessoais e making off.

Lentes (todas Nikon):

- 24~85mm f2.8: Uso geral.
- 70~200mm f2.8: Uso geral.
- 105 mm Macro f2.8: Para fotos de insetos, artesanato, jóias, etc.
- 20mm f2.8: Paisagens, danças, fotos noturnas, ambientes internos pequenos, etc.
- 300mm f4: Uma tele poderosa, mas relativamente pequena para fotografia de vida selvagem.

Outras bugigangas:

- Tripé Manfrotto: Jamais saia para uma expedição sem um bom tripé!
- Capa estanque da Outex: Protege a câmera da chuva, poeira e areia, além de permitir pequenos mergulhos.
- Safe Disc com capacidade de 160GB: Permite descarregar diretamente os cartões de memória sem a necessidade de um notebook.
- Flash circular Sigma: Para macrofotografia.
-Jogo de tubos de extensão: Aumentam as possibilidades em macrofotografia.
- Filtros polarizadores: Fundamentais para fotografia de paisagens, especialmente quando há elementos muito refletivos, como neve, gelo, areia ou superfícies de água.
- Flash Nikon SB-800: Uso geral.




sábado, 21 de fevereiro de 2009


Bom... Parece que a travessia solitária não será assim tão solitária! Decidimos hoje que Alice irá me acompanhar pelo menos numa parte da viagem. E embora ela não tenha experiência com jipes, foi entre ourtas coisas, a primeira mulher motociclista da Polícia Rodoviária Federal. Por essa e outras a estrada é uma extensão da sua casa.

Formada em Ciências Sociais com ênfase em Antropologia será uma ajuda e tanto para gerenciar o trabalho de campo da documentação fotográfica que pretendo realizar.

Bem-vinda a bordo!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Com o jipinho devidamente revisado fui ao Pacaembu ontem a noite para saborear o tradicional churrasco preparado pelo Augusto e pelo Guilherme. Como sempre muita conversa animada entre um pedaço de calabresa apimentada e outro e votos pra lá de sinceros de boa viagem de um monte de gente.

Jipeiros pertencem a uma tribo muito unida, uma grande família onde a solidariedade é tão importante quanto a diversão.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009



Hoje o jipinho sai da revisão mecânica. Foram trocados todos os filtros de óleo e combustível, verificados os sistemas de transmissão e direção, além de uma revisão da parte elétrica.

Aparentemente tudo está em ordem! Fica faltando a instalação do GPS (optei por um tradicional 276C da Garmin), do baú para bagagem que irá ocupar o lugar do banco traseiro e a troca do cabo de aço do guincho.

Na foto: Detalhe do farol de blackout que é utilizado para dificultar a localização do veículo durante deslocamentos noturnos. Este é um dos acessórios que diferenciam os modelos civis e militares dos jipes.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


Por que esse roteiro? A rota do Atacama é um destino clássico que permite entrar em contato com paisagens e culturas das mais variadas, especialmente para nós brasileiros que não temos em nosso território salares, vulcões ou picos nevados.

A diversidade da América do Sul e, em especial as paisagens andinas, sempre exerceram grande fascínio sobre mim. Quando criança parava hipnotizado em frente aos grupos peruanos e bolivianos que se apresentavam com suas flautas pelas ruas do centro de São Paulo. O som gutural extraído daqueles pedacinhos de bambu sempre ecoou em meu coração.

Nas montanhas nevadas da Bolívia conheci Pachamama, a deusa, a grande força criadora que molda a Terra. Mais do que uma personagem mítica ela é uma presença real, palpável e até mesmo óbvia na aparentemente árida paisagem das montanhas do altiplano.

Não existe lugar melhor para um encontro consigo mesmo do que o alto de uma montanha.

Na foto: Menina dança durante o Fiesta Del Gran Poder nas Ruas de La Paz, Bolívia.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009


Alimentação: A melhor opção é simplificar! Almoçar em restaurantes de beira de estrada quase sempre é a forma mais simples e eficiente de manter a barriga cheia durante uma viagem. Mas quem já passou por um piriri Bolívia adentro sabe o quanto é complicada a relação com a higiene local. Sem contar que o tradicional Extrato de Bile de Boi fornecido aos visitantes esverdeados não é lá uma coisa muito agradável de encarar.

Por isso optei por levar uma reserva de suprimentos liofilizados produzidos pela Liofoods (link no pé da página) que conta com um cardápio extremamente rico e variado, inclusive de frutas e verduras.

Na foto: Uma chola vendendo pipocas nas ruas de Copacabana as margens do Lago Titicaca.



A rota: Serão cerca de 6 mil quilômetros passando por 5 países entre paisagens que incluem desertos, montanhas nevadas, vulcões, florestas e o pantanal, além é claro, dos dois Oceanos. O tempo estimado é de 15 a 20 dias de viagem

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009


A data da partida de São Paulo está programada para o dia 6 de março com a primeira parada na Ilha do Mel no litoral do Paraná. Por enquanto o jipinho está nas mãos do competente João da Sollo 4x4 que está apertando todos os parafusos possíveis e imaginários para que possamos sacudir a vontade pelo interior da Bolívia.

Da minha parte optei por não apertar nenhum dos meus parafusos, especialmente os da cabeça, pois se você começar a racionalizar demais sobre uma viagem como esta é bem possível que acabe não partindo. Na vida, muitas vezes, o mais difícil é permitir se lançar.


Na foto: João substitui uma manga de eixo partida durante a travessia de uma trilha em Mairiporã nos arredores de São Paulo.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Formamos uma dupla: Um velho jipe Toyota Bandeirante fabricado nos idos de 1963 e um fotógrafo não tão velho assim fabricado nos idos de 1967.

Já tivemos nossas venturas e desventuras juntos pelos cafundós de nossos Brasis, mas agora estamos partindo para uma viagem especial: Uma travessia do Atlântico ao Pacífico percorrendo o Norte da Argentina, Chile, Bolívia e Paraguai. Mas principalmente percorrendo o coração e a mente de um viajante.